Postado em 11/12/2021 00:46 - Edição: Bruno Wisniewski
O Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP-PR) iniciou as articulações para a 5º Conferência de Saúde Mental (CNSM), evento participativo que será realizado em Brasília entre os dias 17 e 20 de maio de 2022. A etapa nacional, organizada pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) e realizada pelo Ministério da Saúde, é precedida de etapas regionais em todo o país, e o CRP-PR já está reunindo profissionais em torno das discussões.
Na última quinta-feira (09), foi realizada uma reunião juntamente com outras entidades como a Coletiva CLAP, o Conselho Regional de Serviço Social do Paraná (CRESS-PR), a Defensoria Pública, o Sindicato dos Psicólogos do Paraná e o GEPEL/UFPR (Grupo de ensino, pesquisa e extensão Loucura em Liberdade). Também participaram da articulação representantes do CRP-PR em Conselhos Municipais e Estaduais de saúde, políticas sobre drogas e assistência social, além de membros das Comissões de Psicologia Hospitalar, Saúde, Assistência Social e Direitos Humanos do CRP-PR, entre outros.
O Psicólogo Mauricio Marinho Iwai (CRP-08/IS-593), representante do CRP-PR no Conselho Estadual de Saúde do Paraná, fez uma análise da conjuntura da conjuntura atual, na qual a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) – que contam com equipamentos como os CAPS – não tem recebido os devidos investimentos, enquanto outras instituições, como as Comunidades Terapêuticas, são financiadas mesmo em meio à falta de regulamentação e denúncias de violações de Direitos Humanos. “Os municípios têm dezenas de CAPS em todas as modalidades esperando habilitação do Ministério da Saúde. Inclusive unidades de acolhimento, que temos pouquíssimas no Paraná. Enquanto isso, vão surgindo projetos de ambulatorização do cuidado, que reduzem a saúde mental a atendimentos agendados, básicos, reduzidos”, afirmou.
Já a Psicóloga Angela Aline Haiduk Rosa (CRP-08/21752), conselheira e representante do CRP-PR na mesma instância do Controle Social, destacou o papel do Conselho na luta contra os retrocessos nas políticas de saúde mental. “O CRP-PR se insere na luta pela saúde mental de uma maneira ampla. Não podemos falar de saúde sem uma compreensão do SUS integrado, da RAPS fortalecida”, salientou. “Estamos convidando as instituições para que estejam conosco nessa luta antimanicomial, antirracista e antiproibicionista”, a profissional complementou, em referência ao lema da campanha Vidas Lokas Importam, lançada pelo CRP-PR no último Dia Nacional da Luta Antimanicomial (18 de maio).
Esta primeira reunião teve por objetivo a discussão das teses a serem defendidas coletivamente na CNSM – o texto final será redigido de forma conjunta entre os membros do grupo. As propostas estarão dentro dos eixos da conferência: 1) Cuidado em Liberdade como Garantia de Direito à Cidadania; 2) Gestão, financiamento, formação e participação social na garantia de serviços de saúde mental; 3) Política de saúde mental e os princípios do SUS: Universalidade, Integralidade e Equidade; 4) Impactos na saúde mental da população e os desafios para o cuidado psicossocial durante e pós-pandemia.
Ref.: http://crppr.org.br/